domingo, 30 de junho de 2019

Vibrio cholerae


UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

MICROBIOLOGIA: NOÇÕES BÁSICAS - 2019/2


DOCENTE: Marcelo Ehlers Loureiro

DISCENTE: Chris Maciel Peçanha


Imagem 1. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vibrio_cholerae

O Vibrio cholerae (Imagem 2) é um bacilo Gram-negativo do Grupo O1 ou O139, móvel por flagelação polar, curvados em forma de vírgula, possuindo de 1,4 a 2,6 micrômetros de comprimento e pertencente à família VibrionaceaeFoi descoberto em 1883 por Robert Koch, e deve seu nome à sua aparência quando observado ao microscópio óptico.
V. cholerae pode ser encontrado naturalmente em diversos ecossistemas, na forma de vida livre ou aderido a superfícies de plantas, algas verdes filamentosas, zooplâncton, crustáceos e insetos. A espécie também pode ser encontrada dentro de comunidades multicelulares conhecidas como biofilmes, estruturas embebidas por uma matriz extracelular polissacarídica que as defendem das agressões ambientais.
A espécie V. cholerae é bem definida com base em testes bioquímicos e estudos de homologia de DNA, porém, apenas um grupo restrito de linhagens é patogênico ao homem.
    Quando toxogênico, coloniza o intestino delgado e  produz uma enterotoxina composta de cinco subunidades B que formam um poro para se encaixar em uma subunidade A, a toxina da cólera.

Imagem 2. Fonte: https://www.cdc.gov/cholera/index.html

   O V. cholerae é transmitido através da via fecal-oral, aderindo ao intestino humano após a ingestão de alimentos e, principalmente, água contaminados por fezes de pessoas com a doença (Imagem 3). A ecologia da água é importante devido a estreita associação do V. cholerae com águas superficiais e a população interagindo com a água.

Imagem 3. Fonte: https://alagoasreal.blogspot.com/2018/03/iemen-1084065-casos-de-colera-ate-26-de.marco.2018.oms.html


Sobre a Cólera

A cólera é uma grave doença diarreica epidêmica e aguda, podendo evoluir para desidratação severa em virtude das perdas hídricas e eletrolíticas decorrentes dos vômitos e diarreia aquosa que possui característica "água de arroz", choque hipovolêmico, coma e morte. Trata-se de um grande problema de saúde pública enfrentado pelos países em desenvolvimento, particularmente associados às condições sanitárias precárias.
A infecção pode ser leve ou ocorrer sem sintomas em cerca de 75% dos casos. Em cerca de 5% das pessoas infectadas o quadro pode ser grave, manifestando-se por diarreia líquida e profusa, vômitos e cãibra nas pernas. Pode causar óbito devido à intensa perda de líquidos do corpo (desidratação) e choque, e por isso requer tratamento, imediato. É considerada uma doença de extrema virulência. Os sintomas podem aparecer após contato com a fonte de infecção, de poucas horas até cinco dias, em geral, de dois a três dias.


Fonte: https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/colera


Epidemiologia

Uma característica epidemiológica específica da cólera é seu surgimento em padrão sazonal regular em áreas de infecção endêmica e em surtos, geralmente simultâneos e com focos distintos. Toda suspeita de cólera é de notificação obrigatória no prazo de 24 horas, para que todas as medidas sanitárias sejam estabelecidas para controle e prevenção de novos casos.


Diagnóstico diferencial

Diarreias agudas de outras etiologias podem evoluir com síndrome coleriforme como, por exemplo, as causadas pelo Escherichia coli enterotoxigênica. É necessária realização de diagnóstico diferencial com as síndromes disenteriformes causadas por amebas e bactérias, enterite por vibriões não aglutináveis, febre tifoide e a forma álgida da malária maligna ou tropical ( onde são encontradas grandes quantidades de P. falciparum dos capilares viscerais da mucosa intestinal, podendo simular a cólera). Em alguns casos, pode ser necessário, conforme anamnese e antecedentes epidemiológicos, descartar a retocolite ulcerativa grave e envenenamento pelo arsênico e antimônio.
Assim, tanto nas formas graves de cólera, como nas moderadas, o diagnóstico diferencial deverá comparar o quadro clínico com os dados epidemiológicos disponíveis. 

  • Os principais agentes etiológicos responsáveis pela clínica de diarreia aguda são:


A - Diarreias por bactérias
Escherichia coli, Shigella, Salmonella não typhi, Campylobacter, Yersínia e outros.
B - Diarreias virais
Rotavírus, Norovírus e Adenovírus entéricos tipos 40 e 41
C - Diarreias por protozoários
Giardia lamblia (mais freqüentemente), Entamoeba histolytica, Cryptosporidium. Podem ser concomitantes à infecção pelo Vibrio cholerae
D - Diarreias por helmintos
Strongylóides stercoralis e o Schistossoma mansoni na forma toxêmica.
E - Diarreias do HIV: Pode estar ligada a causas infecciosas e não infecciosas.
F - Toxi-infecções alimentares: Os alimentos podem ser contaminados por bactérias, toxinas, vírus, protozoários, helmintos e substâncias químicas. Os principais são Staphilococus aureus, Clostridium botulinum Bacilo cereus.

Diagnóstico Laboratorial

O diagnóstico laboratorial consiste na cultura através de amostras de fezes e vômitos, coletados em meios apropriados e transportados adequadamente, para identificação do V. cholerae O1 toxigênico e de sua caracterização sorológica. O Ágar TCBS é o meio de cultura utilizado para o isolamento de Vibrio cholerae (Imagem 4) e outros Vibrio enteropatogenicos. Caracteriza-se por colônias planas amarelas, 2-3 mm de diâmetro.


Imagem 4. Vibrio cholerae (Owaga) no TCBS Ágar (Ágar de tiossulfato, citrato, bílis e sacarose)
Fonte: https://microbenotes.com/?s=vibrio+cholerae


A atuação do laboratório na vigilância da cólera é essencial para:

1.Detectar a entrada do V. cholerae O1 em uma determinada área;
2.Monitorar sua presença contínua ou seu desaparecimento;
3.Determinar a sensibilidade aos antimicrobianos;
4.Identificar a presença do V. cholerae no meio ambiente.

Considerando-se a existência de cepas de V.cholerae O1 não toxigênicas, cabe também ao laboratório demonstrar se a cepa isolada é toxigênica, especialmente na monitorização do meio ambiente.


Tratamento

O tratamento inclui reidratação e reposição de eletrólitos perdidos, como sódio e potássio, usados ​​em processos bioquímicos para manutenção do corpo além da atenção à possível existência de outras doenças associadas e a história alimentar. O início da terapêutica independe dos resultados dos exames laboratoriais. Os medicamentos antidiarreicos, antiespasmódicos e corticosteroides não devem ser usados.


Manejo clínico do paciente

A observação de sinais e sintomas é fundamental para classificar o paciente quanto ao seu estado e grau de hidratação no decorrer da diarreia de qualquer etiologia, inclusive a causada pela cólera, e assim determinar o plano de reposição de fluidos e sais.
Pacientes com suspeita de cólera devem ser avaliados e tratados rapidamente. Sais reidratantes orais/soro de reidratação oral (SRO) e reidratação endovenosa (Imagem 5), reduzem a letalidade a menos de 1%. A principal via de reposição hídrica mais comumnete utilizada é a oral, a via endovenosa fica reservada para os casos mais graves.

Imagem 5. Fonte: https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/colera
A observação permanente do paciente é obrigatória, pois o paciente com cólera pode perder rapidamente grandes quantidades de líquido (até 2 litros por episódio de diarreia). O grau de desidratação do paciente e a aceitação de líquidos por via oral deverão sempre orientar o tratamento.
Antibióticos são indicados para os casos graves, podendo se utilizar tetraciclina, doxiciclina, azitromicina, eritromicina ou ciprofloxacina. Sempre que possível a  cultura e antibiograma deve ser realizada para reorientar a conduta, se identificar resistência ao antibiótico em uso.

Critérios para internação

Recomendam-se os seguintes critérios para internação de pacientes:


1.Presença de desidratação grave, com ou sem complicações;
2.Com patologias sistêmicas associadas como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatias e outras;
3.Crianças com grave desnutrição;
4.Idosos;
5.Gestantes;
6.Desacompanhados portadores de doenças crônicas;
7.Residentes em locais distantes que não tenham tolerância para hidratação oral plena.


Ações de vigilância epidemiológica



Os objetivos da vigilância são: 
  • Identificar precocemente casos e surtos;
  • Impedir ou dificultar a propagação da doença;
  • Reduzir a incidência e a letalidade da doença.



A experiência internacional mostra que há dificuldade em evitar a introdução da cólera em países ou determinadas áreas. Entretanto, sua disseminação pode ser controlada, especialmente, por meio de infraestrutura adequada de saneamento (Imagem 6), isto é, pela existência de sistemas de água (água tratada) e rede de esgoto, assim como, de um sistema de vigilância epidemiológica capaz de identificar,  precocemente, a introdução de casos e a ocorrência de surtos.


Imagem 6. Fonte: http://www.tratabrasil.org.br/blog/2018/11/06/por-dentro-do-ciclo-completo-do-saneamento-basico/


Medidas de controle

As principais medidas de controle da cólera visam:

1. Garantir o acesso da população aos serviços de diagnóstico e tratamento, bem como a qualidade desses procedimentos;
2. Garantir os procedimentos de limpeza e desinfecção nos serviços de saúde com vistas a prevenir a disseminação da doença nos serviços e entre os profissionais de saúde;
3. Garantir o destino adequado e tratamento dos dejetos;
4. Garantir a coleta e destino adequado do lixo;
5. Promover a vigilância dos casos;
6. Promover a vigilância dos meios de transporte como terminais rodoviários, ferroviários, portos e aeroportos;
7. Promover medidas que visem à redução do risco de contaminação de alimentos, em especial do comércio de alimentos por ambulantes, ou da venda de frutos do mar;
8. Promover a divulgação da doença e outras atividades educativas junto à população e especialmente nas áreas de risco para prevenção e controle da doença.


Curiosidades

  • Aceita-se que sete pandemias distintas de cólera ocorreram desde o início da primeira pandemia em 1817.
  • Surtos de cólera causam cerca de 120.000 óbitos anualmente em todo o mundo, sendo as crianças as mais acometidas.
  • Vários eventos recentes que marcam a importância epidemiológica da doença incluem:
  • O ressurgimento da cólera na América Latina em 1991;
  • O surto explosivo de cólera entre os refugiados ruandeses em Goma, no Zaire, que resultou em cerca de 70.000 casos e 12.000 mortes em 1994;
  • O surgimento de V. cholerae O139 no subcontinente indiano de 1992 a 1993;
  • A equipe de Médicos Sem Fronteiras (MSF) atua em países subdesenvolvidos para controle da cólera (Imagem 7).
Imagem 7. Fonte: https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/colera




Referências Bibliográficas

FARUQUE, S.M.; ALBERT, M.J. & MEKALANOS, J.J. - Epidemiology, genetics, and ecology of toxigenic Vibrio choleraeMicrobiol. Molec. Biol. Rev., 62: 1301-1314, 1998. Disponível em: https://mmbr.asm.org/content/62/4/1301.full

SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica. Doenças Transmitidas por Água e Alimentos. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde. Disponível em: http://portal.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/colera.html

WATNICK, P.I.; LAURIANO, C. M.; KLOSE, K.E.; CROAL, L.; KOLTER, R. The absence of a flagellum leads to altered colony morphologybiofilm development and virulence in Vibrio cholerae O139. Molec. Microbiol.  Jan;39:223-35, 2001. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11136445.

Centers for Disease Control and Prevention (CDC), CholeraDisponível em: https://www.cdc.gov/cholera/index.html


García-Lázaro. Cólera y otras infecciones del género Vibrio. España: Unidad de Gestión Clínica de Enfermedades Infecciosas, 2010. Disponível em: https://www.medicineonline.es/es-colera-otras-infecciones-del-genero-articulo-S0304541210700688


https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/colera


HENRY, John B, (ed). Clinical Diagnosis & Management by Laboratory Methods. USA: Saunders, 20th Edition, 2001.




Gardnerella vaginalis



VAGINOSE BACTERIANA




De acordo com a classificação científica, a Gardnerella vaginalis é uma espécie de bactérias de tipo morfológico cocobacilo, de respiração anaeróbia facultativa e sobrevivência em ambientes de pH elevado, como a microbiota vaginal da maioria das mulheres em idade reprodutiva. Além dessas bactérias, as mulheres saudáveis também possuem um número considerável de Lactobacillus com pH baixo (<4,5) que através da glicólise mantém o pH ácido. Durante o ciclo menstrual ocorrem alterações no pH vaginal que, em sua progressão, tem o pH aumentado e, consequentemente, levam a um decréscimo de lactobacilos e a um aumento concomitante de outras espécies anaeróbias facultativas. Dessa forma, A Gardnerella vaginalis, em associação a outras bactérias dos gêneros Atopobium, Prevotella, Mobiluncus, e Sneathia pode, então, provocar um rompimento do equilíbrio microbiano vaginal chamado de vaginose bacteriana.




Figura 1: Bactéria Gardnerella vaginalis (Fonte: Pixels, 2018).




A Vaginose Bacteriana é um desequilíbrio na flora vaginal causado pela falta de lactobacilos suficientes para a manutenção do potencial Hidrogeniônico. A história natural procede de um crescimento considerável da flora anaeróbia obrigatória. Metade das mulheres é assintomática, mas a Vaginose Bacteriana pode incluir secreção vaginal delgada, homogênea, geralmente de cor branca e com odor. Coceira, inflamação e irritação podem ocorrer em cerca de 15% das mulheres.
A Gardnerella vaginalis é um bastonete Gram variável, pleomórfico, não capsulado, imóvel e anaeróbio facultativo. Cresce melhor em atmosfera de CO2 por 48 horas a 35 -37 ºC. É encontrada em humanos e em alguns animais, como éguas e cavalos. Além do trato urinário e da bexiga, ela também é encontrada no endométrio, membranas fetais e recém-nascidos e são causados ​​por infecções maternas, infecções neonatais e lesões supurativas. Também pode ser transmitida através de relações sexuais, mas não deve ser considerada como sendo uma Infecção Sexualmente Transmissível.
A Gardnerella vaginalis se liga melhor às células epiteliais escamosas urogenitais devido à camada exopolissacarídica e ao pili. Forma biofilmes que são resistentes ao tratamento com antibióticos e induzem processos inflamatórios que deslocam os lactobacilos nativos de seu habitat. E esse apego fornece um meio de migração do trato genitourinário para o local primário de colonização na bexiga. As mulheres têm células escamosas em seu geniturinário e bexiga e essas células estão ausentes na bexiga de um homem, portanto, são menos suscetíveis a esse patógeno. A presença de células epiteliais escamosas semelhantes a células de pista é observada na urina da bexiga por aspiração suprapúbica em mulheres afetadas por Gardnerella vaginalis e nenhuma é observada em homens.
Não se conhece o motivo exato para o supercrescimento da flora anaeróbia, mas existem fatores que podem alterar o ecossistema vaginal como o uso de antibióticos de amplo espectro, alteração do pH vaginal que se segue à ejaculação ou duchas, traumas vaginais, estados em que há diminuição da produção de estrógeno, etc. Estas alterações podem levar à infecções pelos agentes que normalmente compõem a flora normal.
O diagnóstico da Vaginose Bacteriana baseia-se no pH, sempre maior que 4.5, e na presença de células indicadoras ou “clue cells” no exame do corrimento. Por ser uma infecção superficial onde a inflamação está ausente, a presença de leucócitos pode indicar outras infecções, tais como a tricomoníase.
O diagnóstico para Vaginose Bacteriana também pode ser feito através do método de coloração ao Gram, pelo Papanicolau ou pelo isolamento bacteriano. O exame da secreção vaginal através do Gram é mais relevante para o diagnóstico em relação ao isolamento da Gardnerella vaginalis, já que esta bactéria é frequentemente parte da flora endógena vaginal. O esfregaço corado ao Gram permite uma melhor avaliação da flora vaginal e sua preservação permite sua utilização em exames comparativos posteriores assim como a coloração pelo método de Papanicolau.
O objetivo do tratamento é restabelecer a flora vaginal e aliviar a sintomatologia. Como medidas gerais, preconiza-se abstinência sexual e utilização de duchas vaginais com peróxido de hidrogênio a 1,5%. O tratamento farmacológico é feito com Metronidazol e quando isolado de cultura pura como no caso de septicemia, deve-se usar ampicilina ou amoxacilina. Sua presença em altas concentrações sugere um papel muito importante nesta síndrome, embora não seja o único agente etiológico.



Figura 2: Tratamento recomendado e posologia para a Vaginose Bacteriana (Fonte: PebMed, 2018).



CURIOSIDADES


Alguns pesquisadores realizaram uma comparação de grupos afro-americanos e europeus e descobriram que a etnia, a gravidez e o uso de álcool se correlacionaram significativamente com a abundância relativa de espécies associadas à Vaginose Bacteriana. Um fator que costuma causar muito confusão em relação a tais estudos epidemiológicos tem sido as formas imprecisas em que o diagnóstico de Vaginose Bacteriana é feito. Embora a coloração de Gram, cultura, critérios clínicos, métodos de fenotipagem e métodos de diagnóstico molecular tenham sido utilizados, nenhuma característica definidora única de Vaginose Bacteriana foi determinada. Além disso, a Vaginose Bacteriana pode alterar os mecanismos de defesa imunológica e é mais prevalente em populações de baixo nível socioeconômico, idade reprodutiva, etnia não branca, nutrição inadequada, estresse psicossomático e aqueles com maior número e frequência de parceiros sexuais.

REFERÊNCIAS:


Brubaker, Jennifer. Health Status Disparities and the Microbiome. American Society for Microbiology, 2017.

Ferracin, Ingryt; de Oliveira, Rúbia Maria Weffort. Corrimento Vaginal: causa, diagnóstico e tratamento farmacológico. Infarma, 2005.

Gardnerella Vaginalis Bacteria. Pixels, 2018. </https://pixels.com/featured/1-gardnerella-vaginalis-bacteria-moredun-scientific-ltdscience-photo-library.html/>. Acesso em: 24 de junho de 2019.

Gardenerella Vaginalis. MicrobeWiki

Gomes, Julianna Vasconcelos. O que há de novo sobre Vaginose Bacteriana e Vaginite Inflamatória? PebMed, 2018. </https://pebmed.com.br/o-que-ha-de-novo-sobre-vaginose-bacteriana-e-vaginite-inflamatoria/>. Acesso em: 24 de junho de 2019.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA

Microbiologia: Noções Básicas - 2019/2
Docente: Marcelo Ehlers Loureiro
Discente: Vinicius Teixeira Bravim

Introdução à Doença Meningocócica

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA
MICROBIOLOGIA: NOÇÕES BÁSICAS - 2019/2

DOCENTE: Marcelo Ehlers Loureiro
DISCENTE: Yago Soares Fonseca

Bactéria Diplococo

Os Diplococos ou Diplococcus se apresentam como duas células associadas geralmente esféricas. Como apresentado na figura abaixo:
Figura 1. Bactéria Diplococo
Fonte: Microbewiki



Uma importante espécie de diplococo é a Neisseria meningitidis que é uma bactéria aeróbica, diplococóide, gram-negativa, circundada por membrana externa composta por lipídios, proteínas (OMP) e lipooligossacarídeos (LOS), geralmente encontrada na nasofaringe de seres humanos (VAN DEUREN et al., 2000).
São de grande importância clínica pois causam meningite meningocócica, uma grave inflamação das membranas que envolvem o cérebro. Frequentemente são encontradas em membranas mucosas humanas.

Introdução à Doença Meningocócica


A doença meningocócica é uma doença contagiosa causada por bactérias gram-negativas. O principal agente etiológico bacteriano de meningite no Brasil é a Neisseria meningitidis ou menigococo (ROSENSTEIN et al., 2001; ROCHA; COSTA; SILVA, 2019). É considerada um problema de saúde pública devido, devido a sua alta incidência e alta taxa de letalidade, com capacidade de causar surtos e epidemias (STRELOW; VIDAL, 2013; APICELLA, 2015).
Figura 2. Neisseria miningitidis
Fonte: Microbewiki
Os meningococos podem ou não possuir cápsula de natureza polissacarídica, considerada um dos fatores de virulência importantes na invasão ao hospedeiro por inibir a atividade bactericida mediada por complemento (CAUGANT e MAIDEN, 2009). As Neisseria meningitidis não capsuladas são classificadas como não-grupáveis e podem ser encontradas em portadores assintomáticos em uma frequência de 10% a 35% na população e raramente causam meningite meningocócica (CAUGANT e MAIDEN, 2009; HARRISON et al., 2009; READ, 2014).
Os meningococos que possuem cápsula polissacarídica são vistos, de modo geral, como patogênicos. É considerado microrganismo exigente, devido ao seu crescimento especialmente em meio seletivo: ágar sangue ou ágar chocolate, na forma de colônias acinzentadas, de aspecto translúcido e forma convexa (FERNANDES, 2016). Apresenta uma membrana externa encapsulada, composta por polissacarídeos e proteínas capazes de causar grandes danos ao hospedeiro, uma vez que é resistente a fagocitose e lise celular realizada pelo sistema complemento. A partir da cápsula polissacarídica do meningococo é possível classificá-lo em sorogrupos (com base nas diferenças antigênicas na cápsula polissacarídica), sorotipos (com base nas proteínas de classe 2 e 3 da membrana externa (PorB OMP)), sorossubtipos (nas proteínas de classe 1 da membrana externa (PorA OMP)) e o imunotipo pelos agrupamentos de LOS (CAUGANT, 1998).
São classificados em 12 sorogrupos sendo A, B, C, X, Y e W os sorogrupos mais patogênicos, sugerindo a coexistência de mais fatores na determinação da doença (MAIDEN, 2008; BRICKS, 2002; BRASIL, 2017). Os Sorogrupos A, B e C causam 90% dos casos de meningite meningocócica, enquanto o grupo B é responsável por aproximadamente metade destes (FUSCO; BLAKE; 1998; PELTOLA, 1998).
As Neisseria meningitidis também podem ser genotipadas pelo o método de Multilocus Enzyme Electrophoresis (MLEE) que identifica linhagens virulentas, clones ou complexos clonais, denominados Electrophoretic Type (ET) (MAIDEN et al., 1998).
Embora a transferência horizontal de genes possa gerar diversidade e tornar o meningococo mais adaptativo, acredita-se que esse mecanismo esteja mais relacionado à conservação e à homogeneização do DNA (DAVIDSEN e TONJUM, 2006; MAIDEN, 2008).
Na sua forma mais grave, níveis elevados de bactérias no sangue chegam às meninges no cérebro e a níveis tão altos de citotoxicidade, induzem inflamação das meninges e progressão da doença. As pessoas mais susceptíveis a essa infecção são frequentemente imunocomprometidas, sofrendo de várias condições clínicas (traumatismo craniano e doenças associadas a imunossupressão tal como HIV). Outros adquirem a infecção através de gotículas, troca de fluidos e contato direto com o portador, com período de incubação de aproximadamente quatro dias, variando de dois a dez dias (BRASIL, 2017).
A maioria das pessoas possui imunidade adquirida à Neisséria meningitidis. As crianças adquirem imunidade através de anticorpos maternos. Portanto, as meningococemias são basicamente determinadas por baixa resistência imunológica do hospedeiro. A partir dos 6 meses de idade as crianças estão particularmente susceptíveis ao meningococo, porque a imunidade humoral cedida pela mãe se desvanece.

Patogenia

A Neisseria meningitidis inicia o seu processo infeccioso através da colonização da superfície das mucosas, intra ou sub epiteliais da nasofaringe e orofaringe e entra em contato com as células epiteliais (NASSIF, 1999). O meningococo adere a receptores específicos nas células não-ciliadas da nasofaringe e internalizam-se em vacúolos fagocíticos. Por serem bactérias encapsuladas, são mais resistentes ao processo de fagocitose e se acumulam em vacúolos fagocíticos das células epiteliais nasofaríngeas que são liberadas nos espaços intercelulares (FERREIRÓS; GÓMEZ; CRIADO, 1998).

Figura 3: Fisiologia da meningite bacteriana
Fonte: Microbewiki

Após a colonização da nasofaringe, os filamentos de pili emanam da superfície bacteriana e são considerados os principais meios de adesão do meningococo, eles interagem com receptores das células da mucosa e com um cofator proteico da membrana CD46 e dão início à endocitose para invadir o sistema circulatório (NASSIF, 1999). Na corrente sanguínea, as bactérias proliferam e se adaptam ao ambiente hospedeiro. As respostas clínicas à infecção variam desde uma forma benigna até formas fatais extremas (meningococemia) (FERREIRÓS; GÓMEZ; CRIADO, 1998). O sucesso dessa invasão dependerá da resposta imunitária do hospedeiro, do potencial de disseminação e virulência da bactéria (BRASIL, 2017).
O fator de virulência que facilita a sobrevivência da Neisseria meningitidis na corrente sanguínea é a sua cápsula polissacarídica que a protege contra a lise da bactéria pelo complemento e da fagocitose pelos neutrófilos, células de Kupffer e macrófagos do baço (NASSIF, 1999).
O meningococo, durante a multiplicação e lise, pode liberar endotoxinas, as quais podem induzir a produção exacerbada e a liberação de mediadores, como TNF e citocinas pró-inflamatórias, levando o hospedeiro ao choque séptico (VAN DEUREN et al., 2000).
A passagem da Neisseria meningitidis pela barreira hematoencefálica não é bem compreendida, mas acredita-se que se dê pela via plexo coróide pelos capilares das meninges. O meningococo, uma vez no espaço subaracnóide, multiplica-se rapidamente, ocorre um influxo de neutrófilos e seus subprodutos contribuem para o surgimento de manifestações clínicas de meningite (NASSIF, 1999; VAN DEUREN et al., 2000). O período de incubação da doença meningocócica varia de dois a cinco dias, e frequentemente, o início das manifestações no hospedeiro é súbito, atingindo seu auge em 24 horas (FOCACCIA, 2015).

Aspectos Clínicos

Ao entrar na corrente sanguínea, o meningococo desencadeia diversas manifestações clínicas. O indivíduo pode apresentar desde um quadro de bacteremia leve com episódio febril curto, até um quadro mais intenso (VAN DEUREN et al., 2000). A evolução do quadro clínico vai depender da endotoxina liberada pela bactéria, do estado imune do paciente e da resposta à endotoxina (STEPHENS et al., 2007).
Nos casos de bacteremia leve, o paciente apresenta quadro respiratório leve com evolução favorável; na meningococcemia crônica temos uma infecção rara que pode durar de semanas a meses, apresentando febre intermitente, artralgia e exantema maculopapular não específico; na meningoencefalite o paciente apresenta nível de consciência comprometido com sinais meníngeos e reflexos alterados (ausentes ou raramente hiperativos). Os quadros clínicos mais frequentes são de meningite meningocócica com ou sem meningococcemia, enquantoque o mais grave é a de meningococcemia sem meningite, abrangendo 5 a 20% dos casos, com elevada letalidade (APICELLA, 2005; STEPHENS et al., 2007).
Tratanento

O antibiótico de escolha para o tratamento é a penicilina G cristalina ou ampicilina, geralmente é administrada por via venosa, durante 7 a 14 dias (MS, 2005). Quando houver suspeita de resistência à penicilina, as drogas alternativas são: cefalosporinas de terceira geração, ampicilina ou cloranfenicol. Estudos feitos em vários países, inclusive no Brasil, apontam que a maioria das cepas de Neisseria meningitidis  isoladas de pacientes com doença meningocócica é suscetível aos antibióticos rotineiramente indicados para o tratamento e profilaxia, porém, a prevalência de cepas com suscetibilidade reduzida a penicilina tem apresentado uma tendência de aumento (HARRISON, 2009; GORLA et al. 2011).

Prevenção

A prevenção da doença meningocócia pode ser feita através de quimioprofilaxia e de vacinas. Com relação a quimioprofilaxia, a droga de escolha é a rifampicina, a qual deve ser administrada simultaneamente a todos os contatos próximos, no prazo de 48 horas após a exposição à fonte de infecção. Uma alternativa de tratamento profilático seria a ceftriaxona (HARRISON, 2006). Embora a quimioprofilaxia não assegure efeito protetor absoluto (reduz 90-95% dos portadores) e prolongado, é recomendada por ser essencial para evitar casos secundários entre pessoas que tiveram contato com casos de DMI em situações não epidêmicas (MS, 2005).
Em setembro de 2010, a vacina meningocócica C conjugada ao toxóide diftérico foi introduzida na rotina de imunização para todo o Brasil, sendo destinada à menores de um ano em duas doses aos 3 e 5 meses com reforço preferencialmente entre 12 e 15 meses de idade e; nas crianças entre 12 e 23 meses em dose única. A partir do ano seguinte, em 2011, a VCMC se restringiu somente a menores de um ano e seu reforço. Em 2017, o esquema da VCMC foi alterado com a adição da vacinação em dose única para adolescentes entre 12 e 13 anos de idade. Em 2018, a atualização do calendário vacinal ampliou a faixa etária em adolescentes para 11 a 14 anos de idade.
Publicação recente aponta que após três anos de sua introdução (2011 a 2013), verificouse uma redução da incidência da DMI pelo meningococo C de 66% em menores de um ano e 52% em crianças de 1 a 4 anos de idade no Brasil (DE MORAES et al., 2017).
As estratégias de vacinação contra a DMI, seja em relação a população alvo ou o uso intercalado e vacinações em massa e de rotina, ainda constituem grande desafio tendo em vista que a DMI atinge não somente crianças, mas todos os grupos etários e a versatilidade do agente etiológico com a substituição frequente dos sorogrupos circulantes (COHN e HARRISON, 2013). Cabe, portanto, a cada país determinar qual melhor estratégia de acordo com os fatores de risco, comportamentos da DMI e sorogrupos circulantes (COHN e HARRISON, 2013).

Ecologia

A redução de ferro é uma parte necessária do metabolismo de Neisseria meningitidis. Os seres humanos são o seu principal reservatório a partir do qual o ferro heme, juntamente com outros nutrientes no sangue, satisfaz as suas necessidades de crescimento. O resultado disso é uma agregação de células do sangue - um sinal de infecção.
Figura 4. Propriedade do biofilme bacteriano
Fonte: CVE

Embora nem sempre, Lappann (2006) demonstrou que N. meningitidis é capaz de formar comunidades de biofilme em um ambiente de fluxo lento. Biofilmes fornecem resistência contra antibióticos, como a penicilina. Tem sido especulado (mas ainda não comprovado) que a cápsula meningocócica evoluiu para suportar a transmissão entre os hospedeiros da bactéria, possivelmente por prevenção da dessecação durante a rota do aerossol (VIRJI, 1996).
No trabalho de Lappann (2006) também foi notado que dentro do crescimento do biofilme, microcolônias foram formadas, possibilitadas pelas subunidades do pilus do produto do gene pilE. No entanto, o contrário não é verdade, pois a formação de biofilme não dependia de pili. Além disso, foi mostrado que a formação de pili não era para o único propósito de formar micro colônias. PilX, uma proteína do tipo IV pilus desempenha um papel importante na formação de agregados semelhantes ao que acontece com os eritrócitos de um hospedeiro.

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