Componente: Microbiologia: Noções básicas
Docente: Marcelo Ehlers Loureiro
Discente: Bruna Alves da Silva
Vibrio vulnificus
Vibrio vulnificus é uma bactéria, sendo um domínio de microorganismos unicelulares,
procariontes - não possuem envoltório nuclear e organelas membranosas; tem a sua classificação
científica pertencente a taxonomia: Reino: monera.; Filo: Proteobacteria; Classe: Gammaproteobacteria;
Ordem: Vibrionales; família: Vibrionaceae; Gênero: Vibrio; e Espécie: V. vulnificus. A espécie mais
conhecida do gênero é o Vibrio cholerae (cólera), visto que V. vulnificus é mais recente, foi relatado
pela primeira vez em 1976 como vibrio lactose-positivo, sendo a espécie da bactéria gram-negativa
que vive em ambientes marinhos, enquanto o da cólera, em 1883 e em diversos ecossistemas.
O microorganismo V. vulnificus pode ser encontrada principalmente em frutos-do-mar contaminados, como as ostras e os caranguejos, é altamente invasivo e produz diversos fatores que o protegem do sistema imunológico do hospedeiro, incluindo um fator de soro-resistência, um polissacarídeo capsular e a habilidade de adquirir ferro pela transferrina ferros saturada. Produz diversas exoenzimas, incluindo a termo-instável hemolisina ou citolisina e a protease elastolítica, a qual provavelmente causa os danos celulares. Além disso, pode ser isolado a partir de moluscos e águas litorâneas. É raramente isolado de águas do mar com temperaturas inferiores a 13ºC, mas os números aumentam quando a temperatura da água é superior a 21ºC.
Figura 2: A tabela 1 encontra se presente na
pesquisa de Landgraf, Leme e Garcia,
retratando os alimentos do estudo e sua
porcentagem de presença encontrada em cada
do litoral paulista.
Na pesquisa de Garcia Moreno e Landgraf, alertam, apesar de não se ter casos documentados
de infecções por V. vulnificus no Brasil, foi encontrado sua presença em 55,5% das amostras
analisadas neste trabalho, e isso é alarmante, diante da perspectiva que além da extensão do território
brasileiro, todo ele se encontra em regiões de clima tropical e temperado, com temperaturas propícias
ao desenvolvimento dessa bactéria. A presença de cepas de V. vulnificus em ostras, mariscos e
camarões demonstra que esses alimentos são veículos desta bactéria sendo, portanto, potencialmente,
perigosos para a saúde pública como mostra a figura 2, principalmente por pessoas consideradas na
faixa de risco, isto é, imunocomprometidos, com doença hepática crônica, hemolítica ou renal.
Transmissão
Transmissão

Sintomas Os sintomas são são febre, tremores, náuseas e lesões na pele. O primeiro sintoma pode ocorrer cerca de 24 horas, a partir de 12 horas até vários dias, após a ingestão de frutos do mar crus contaminados, seguidos por feridas na pele e septicemia. A sepse ocorre quando substâncias químicas liberadas na corrente sanguínea para combater uma infecção desencadeia uma inflamação em todo o corpo, gerando várias alterações em sistemas fisiológicos, levando-os a falhar e, às vezes, resultando em morte.
Figura 3: Septicemia ou sepse, também chamada de
infecção generalizada, caracteriza-se por uma série de
manifestações, como fase mais grave em resposta a uma
infecção de um agente externo, como no caso do vibrião,
que afeta os órgãos, podendo levá-los à falência.
Tratamento O tratamento não é específico, mas com antibióticos, como cefalosporinas e tetraciclina são a melhores formas de tratamento na atualidade. Além de tratar os sintomas seja em septicemia, infecção de feridas e infecção gastrintestinal de acordo com o seu grau. Em caso do grupo de risco, requer maior atenção visto a gravidade da sua condição de imunocomprometimento.
Prevenção
A prevenção se encontra em evitar o consumo de frutos do mar crus, preferindo por cozidos, visto que
o calor é capaz de inviabilizar o contágio. Entretanto, ao grupo de risco, imunocomprometido, deve
evitar o risco da alimentação principalmente de caranguejos e ostras crus, devido ao risco potencial.
Referente ao contágio por meio de exposição de feridas em águas marinhas, evitar o período no qual
a temperatura está mais quente que favorece a multiplicação do microrganismo. No entanto, ainda há
pouca informação sobre o impacto desse gênero para a saúde pública, sendo necessários constante
atualizações para o melhor entendimento da patogenia desta espécie.
Referência:
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